Resenha #5: O menino do bosque

Essa história de ler livros que me fazem chorar já está virando rotina.

     O que dizer de um livro que li a pouco tempo e já considero pakas?

     Tá, agora é sério.

     Demorei um tempo para escolher um livro que realmente valesse a pena para escrever uma resenha (pela demora que eu tenho postado aqui, vocês podem ver a dificuldade mesmo, né?).

     Depois que ganhei meu novo notebook e instalei o aplicativo Kindle, tudo ficou mais fácil. Já tenho mais de 40 livros e todos, repito T-O-D-O-S, de graça! :)

     Essa semana fui no site da Amazon e encontrei o livro O garoto do bosque. Fiquei curiosa, e decidi que esse seria o primeiro livro entre minhas novas aquisições que leria.

     E assim foi.

   

Título: O garoto do bosque

Autora: Jen Minkman

Páginas: 262

Editora: Kindle

Ano de Lançamento: 2014

Li em: 2014

Classificação: ♚♚♚♚♔ (4/5)

     Julia Kandolf é uma adolescente recém-formada na escola e cegamente apaixonada por Michael há anos - literalmente cegamente, pois ela não faz ideia de quem o cara é e acaba criando uma imagem perfeita do garoto -. E se você pensa que esse tal de Michael é o mais popular, bonitão, meigo, fofo, queridinho da Áustria, se enganou. Brincadeirinha. É exatamente o que ele é. E Julia, como boa protagonista, é a garota invisível que durante anos nunca conseguiu vencer a vergonha e dar em cima do bonitão da escola. Até, claro, o dia do baile. Os dois ficam juntos a noite toda e em seguida também se é que me entende. 

     E se você pensa que é aí que a linda e fantástica história de amor dos dois começa, se enganou. Sério.

     Porque Michael não deu as caras durante uma semana, não mandou mensagens, não ligou, mensagem por fumaça, pombo-correio. N-A-D-A. E a Julia, pobrezinha, quase pirou durante essa semana toda. Imagina só? Deu o que era mais precioso ao cara e ele a ignorou completamente.

     Ela costuma passar a tarde meditando em baixo da sombra de um carvalho escondido em um bosque que ela costumava usar para ir até a casa da avó. Considerado como seu santuário, Julia usava aquele espaço para escrever poemas, músicas e pensar em seu amado Michael.

- Olá, sr. Carvalho.

     

     Em uma tarde qualquer, enquanto ela meditava na verdade ansiava por uma mensagem, ligação ou qualquer sinal de Michael, recebe uma ligação de sua amiga Gaby e um convite para comparecer a um show de uma banda punk. 

     Enquanto passeava pela cidade, nesse mesmo dia, ela dá de cara com Michael, o tal cara, lembram? Que há uma semana não dava sinal de vida. Pois é. Ele a tratou como uma boa amiga e mais, disse que dormir com ela foi um favor, já que ela tinha se declarado para ele e admitiu todo seu amor e tudo mais. Faz todo sentido, né? {sqn}

     Então ela caí em desgraça novamente. Fica toda chateada, magoada e tudo mais.

     Uma de suas poucas alegrias é sua família. Sua mãe e sua irmã mais nova Anne. Todas as noites (ou quase isso) Julia lê histórias para sua irmã antes de dormir, na maioria das vezes ela lê O príncipe da floresta. Sua irmã sonha com a fantasia de encontrar seu príncipe encantado. E Julia é responsável por alimentar essa fantasia.

     Os dias foram passando e Julia conhece Thorsten ou Thor, irmão da melhor amiga de Anne (Sabine). O garoto era, na verdade, O GAROTO. Era um dia bastante chuvoso em que Julia decidira correr até a casa de sua avó (sim, ela passou pelo bosque e sua árvore).

  

"O garoto tinha olhos azuis e um sorriso atraente. Seu cabelo preto e cacheado aparecia sob o capuz de seu casaco de chuva."

     Enquanto ela voltava para casa, no meio de toda aquela chuva e relâmpagos, acabou sendo surpreendida quando chegou perto de seu carvalho e percebeu que alguém havia sofrido um sério acidente de moto. Quando se aproximou do corpo, outra grande surpresa: Era Michael. Ele ainda em consciência sussurrou algo que a abalou ainda mais. Seu nome.

     E a partir desde acidente que as coisas ficam quentes. Afinal, no dia seguinte, Michael pede para vê-la e, ainda no mesmo dia, visita o bar que ela costumava ir com seus amigos. Ele age todo estrando, simpático e amigável até mesmo com o amigo gay dela, o tal do Florence. Fora os excessivos pedidos do Mick apelido de Michael para que ela fosse até sua casa tocar o lindo e maravilhoso piano que sua família possuía. Um Steinway (Eu não entendo de pianos, mas pela descrição parece ser beeeem legal).

     E só vai ficando cada vez mais estranho.

     Principalmente quando ela consegue um emprego (na tentativa de juntar dinheiro para viajar até Londres com os amigos) em uma livraria e adivinha quem já trabalhava lá? Sim, sim, sim. Michael. Agindo todo galanteador e educado com ela. O que dificultava ainda mais sua vida, afinal, dias antes ela estaria decidida a esquecer esse antigo amor. 

     Em uma festa de aniversário (dos gêmeos que trabalham com ela), ela resolveu tocar no piano a música que compunha para seu amado. Todos ficaram ba-ban-do e Gaby garantiu a amiga que Michael saiu do lugar chorando de tão emocionado que ficara. Nessa mesma festa rola um papo estranho sobre meses druida e suas árvores. Pelo que a amiga de Julia contou, cada mês druida possuía uma árvore e, pela incrível coincidência do destino, julho (mês do aniversário do seu amor) é o mês do Carvalho.

     No meio de toda essa tensão, Anne e Sabine estão construindo no meio do bosque, uma casa na árvore. E outro projeto de Anne é a construção de uma história sobre o príncipe na floresta, que ela descrevia com cabelos loiros e longos como do Legolas (O Senhor dos Anéis) e olhos azuis. A história e a casa são secretas até estarem completas e Julia não tinha permissão nem mesmo para espiar.

     Mas, por fim, depois de não muito tempo, Michael e Julia FINALMENTE se beijam e assumem o amor dos dois. E é claro, pra marcar o momento com chave de ouro, Michael entrega a ela um poema de sua própria autoria :3

No fundo
Quase timidamente
Em uma voz fina e suave
Eu te chamo
Você pode me ouvir?
Eu toco o dourado auvorecer
No ciclo da vida
Eu sou um anjo que te acompanha
Minha criança, minha estrela
Minha luz, meu amor
Você me faz ver
Você pode me ouvir?

     E aí pronto. Amor consumado, os dois apaixonados e tal. Fizeram um piquenique juntos e marcaram um jantar na casa dela e tudo mais.

     Mas tudo estava perfeito demais para ser verdade. Então algo aconteceu.

     Lembra-se de que contei sobre Anne? E o príncipe da floresta? Pois é.

     No inicio, pela descrição dos olhos azuis do príncipe, Julia pensou que sua irmãzinha estivesse apaixonada por Thorsten. Mas se enganou.

     Anne durante alguns dias ficou quieta, estressada e mudava a personalidade quando Julia tentava conversar sobre o livro que a menina escrevia. 

     Então, na manhã do dia em que o jantar de Michael aconteceria, Julia decidiu conversar com Anne sobre o príncipe. Anne agia como se o príncipe fosse real. Contou que estava ajudando o príncipe a construir um túnel secreto para o palácio dele, mas que ela de forma alguma podia revelar onde ficava a alguém. Contou também que o príncipe estava zangado com ela. Julia, preocupada, ligou para a mãe e ambas chegaram a conclusão que toda a viagem da irmã foi causada por drogas. Imaginem só? Drogas. Um idiota havia drogado uma criança.

     Aí a Julia foi atrás do Thorsten. A irmã ficou brincando com a Sabine enquanto ela praticamente voava em cima do garoto cheia de acusações. PORÉM, o fofo do Thor se defendeu e deixou claro que jamais faria tal perversidade com a menina. E revelou ainda mais: Que ele se quer ajudara realmente na construção da casa na árvore. Ele apenas juntou madeira e ajudou com o projeto, e só.

     E aí a correria começou. Porque quando Julia foi buscar Sabine, descobriu que, na verdade, a garota já tinha ido embora com a desculpa de ir visitar a avó. Então foi um liga pra cá, um liga pra lá. Julia invadiu o quarto da irmã, pegou o diário e leu o que lá a menina havia escrito.

     Anne contava sobre o dia em que encontrou-se com o príncipe. Disse que ficaram conversando, dançaram e antes dela ir embora ele a beijou. Isso mesmo sociedade. O desgraçado beijou uma criança! Uma CRIANÇA de nem 11 anos! Contou várias outras coisas (sim, sim, leiam o livro e saberão o que rola nessa parte rçr) e principalmente sobre ela ter comido uns cogumelos mágicos que a fazia ver fadas.

     E a correria continuou. No fim do dia a polícia tinha prendido o suspeito: Andreas Mittelmayer. Ele era exatamente como a Anne o descrevia. Cabelos loiros e longos com o do Legolas e olhos azuis. Entretanto, sem provas e como o tal do Andreas não assumiu nada. A polícia nada poda fazer a não ser deixá-lo preso até a manhã seguinte.

     Então o herói do dia chega. Oh, sim queridas. Nada mais, nada menos que Michael. Ele resolve tomar a frente o grupo de busca e entram na floresta (o que não contei antes foi que alguns amigos e a Julia foram até o bosque e encontraram uma pregadeira da Anne).

     Levaram o Michael até onde encontraram e ele fez algo que assustou a todos. Abaixou-se próximo a um carvalho e tocou suas raízes. Ainda concentrado no que fazia ele disse que Anne estava viva e não muito longe dali. Por fim, encontraram a pobre da menina sedada em um porão escondido por falsos arbustos.

     No meio dessa situação toda, Julia pegou Michael brigando (ela e eu pensamos que fosse isso) com Thorsten por causa de ciumes.

     E mais uma vez o dia foi salvo graças ao menino carvalho! - tá parei HU3

     Enfim...

     As coisas começaram a ficar estranhas (e meu coração começou a doer) quando em um dia qualquer, Michael faltou ao trabalho, pois estava passando mal. Julia passeou com ele pelo bosque e ficaram durante algum tempo perto do seu carvalho conversando. Julia percebeu também que sua conexão com o carvalho estava fraca (é, ela sentia uma conexão com a árvore), e sua árvore parecia estar morrendo.

     Na viagem até Londres, a mesma coisa com nosso querido Mick aconteceu.

     E aí amigo, já estava me preparando psicologicamente para o que viria a seguir.

     A revelação das revelações.

     Quem realmente era esse novo Michael?

     

     Julia estava dormindo quando ouviu um chamado da floresta (Sério. Literalmente).

     Encontrou Michael em seu carvalho a sua espera.

     E então ele revelou.

     O verdadeiro Michael estava morto.

     Lembram-se do papo sobre druida que rolou na festa de aniversário dos gêmeos? Então.

    Esses druidas acreditam no sobrenatural. Acreditam que o Carvalho é uma árvore super-especial com poderes incríveis no solstício de verão. Neste dia a porta do sobrenatural está aberta e coisas incríveis acontecem.

     Só que eu, você, o mundo não esperava por uma coisa:

     Nesse caso, o ser sobrenatural era o espírito de uma árvore. 

     Então, somando 1 + 1, você encontra: espírito de carvalho no corpo de Michael.

     Sim, riam. Porque eu achei engraçado até me tocar que eu estava encantada por uma árvore também. Então eu parei.

     O espírito das árvores (em especial o carvalho) vivem durante anos na floresta e quando estão perto do fim de suas vidas elas entram em um estado de sono profundo. Há alguns casos, bem raros, que as árvores se conectam a humanos (o caso da Julia). O correto seria o espírito entrar em um corpo de um bebê e se instalar na vida de Julia. Mas o danadinho do Carvalho quis algo a mais com a garota (HO HO HO). Então, no dia do acidente (que por força do destino também era solstício de verão), Michael morreu e o espírito do Carvalho entrou no corpo.

     Até aí tudo bem, certo? 

     É. Legal. Julia estava apaixonada por uma árvore super-carinhosa, meiga, fofa que a conhecia como ninguém.

     NÃO.

     Infelizmente nosso querido Carvalho estava morrendo. 

     (Quando ele revelou isso eu já estava chorando horrores, porque eu já esperava).

     E ele resolveu contar tudo aquilo a ela para explicar que aquele encontro seria o último entre os dois. Que a natureza estava o chamando de volta para casa. (e tá Gabrielle chorando desesperada). Julia, eu, o mundo praticamente se lançou aos pés do Michael, implorando egoistamente {admito} para que ele não fosse embora.

     E então a Julia acordou, de repente, em sua casa.

     Toda tranquila, achando que fosse um sonho resolveu ir até a casa do namorado para contar sobre o sonho estranho.

     Chegando lá encontrou a mãe de Michael aos prantos na rua.

     Michael havia morrido.

     De novo.

     Só que, desta vez, para sempre.

     Eu choro, você chora, o mundo chora.

     Julia corre até o carvalho implorando-o de volta.

     Pedindo por um sinalzinho que fosse de que aquilo tudo era real e que ele voltaria para ela.

     Então ela recebe uma mensagem.

     Era de Michael.

     (E a gente reclamando do sinal da Claro no Brasil. Na Áustria o negócio demora horas pra funcionar, nunca vi).

"Doce Julia, eu vou sentir muito a sua falta. Eu nunca vou esquecer você. Sempre que você ouvir as árvores farfalharem como música tocando na floresta, pare e pense em mim. Mas não espere por mim. Estou livre agora e você tem uma cabeça cheia de sonhos e uma longa vida cheia de amor à sua frente. Deixe o sol brilhar. Beijos, sempre seu. Michael."

     Sim, é de arrancar o coração fora e jogar pela janela.

     E adivinhem quem apareceu?

     THOOOOOOR!

     Yeah!

    Thor aparece e revela que, quando Michael foi conversar com ele, não foi para repreendê-lo e sim para pedir que tomasse conta da Julia quando ele fosse embora.

     E o livro acabou.

     Pois é, o final foi meio merda. Mas foi bonitinho, porque se a autora continuasse narrando quando o Thor e a Julia finalmente ficaram junto, perderia toda a magia.

E agora a parte que você esperava: minha opinião :)

     O livro é bem simples, nada complicado de se entender. Não é cansativo e se você, como eu, tem o costume de ler rápido, consegue ler em um dia (eu consegui :D).

     Fiquei encantada de saber que o livro passava na Áustria. Fiquei esperando o tempo inteiro que a autora fizesse comentários sobre o país, mas as únicas coisas que li foram aqueles nomes difíceis com mais de 15 letras e sem sentido algum. Mas isso não tirou de mim o efeito maravilhado do livro ter passado na Áustria :3

     No inicio, como sempre, senti a terna vontade de dar na cara da Julia quando ela ficou morrendo de amores pelo canalha do Michael. E fiquei ainda mais irritada quando ela ficou cheia de amores quando ele voltou e a quis de volta.

     Mas tudo bem, superei tudo isso um capítulo depois.

     É um livro brilhante. Um pouco parado, admito, mas brilhante.

    Se querem mesmo saber, acho que ela poderia ter explorado um pouquinho mais a cultura druida e todo esse lance de Príncipe da floresta (sim, porque é uma das formas de chamar o espírito do Carvalho).

     Uma das partes mais interessantes foi o caso da Anne e o Andreas. Afinal, que autora mete, de cara, um caso feito esse em um livro que trata de um conto de fadas? Só a Jen mesmo.

     Eu fiquei totalmente arrebatada pela situação e, de verdade, achei que ela pegou leve até. Não revelando se o Andreas havia, de fato, feito algo com a menina.

     Você consegue claramente sentir tudo o que a Julia sentia.

     O amor pelo carvalho, por sua música, por sua família e amigos.

     Os sentimentos fortes que ela sentia pelo antigo Michael e o verdadeiro amor pelo Príncipe da floresta.

     O encanto pelos poemas... principalmente pelo poema do P.F. (não é prato feito não, minha gente. É a sigla de Príncipe da floresta).

     Ele arrancou boas lágrimas de mim, fazendo-me até soluçar e buscar o apoio da minha mãe.

     Porque cara, o momento da revelação é de arrepiar.

     Eu lerei, com toda minha certeza, esse livro novamente e recomendo que vocês que possuem o aplicativo Kindle comprem-o no Amazon (infelizmente ele não é mais gratuito).

     Espero que tenham gostado dessa resenha.

     Agora que estou de férias, prometo postar com mais frequência.

     

     Boa leitura.

     Beijos & Boa sorte